sábado, 4 de janeiro de 2014

Síndrome do túnel társico

Síndrome do túnel társico

O túnel do tarso é um canal estreito que fica na parte interna do tornozelo, formado pelos ossos do tornozelo e os ligamentos do retináculo flexor, que tem como função proteger e manter as estruturas contidas no seu interior (artérias, veias, tendões e nervos) na posição correcta.
Uma dessas estruturas é o nervo tibial posterior, onde se origina a síndrome do túnel társico.
Esta síndrome consiste na compressão do nervo tibial posterior, produzindo sintomas ao longo do trajecto do nervo, que vai do interior do tornozelo à planta do pé.
O seu comportamento é semelhante à síndrome do túnel do carpo, que ocorre no pulso. Ambos os distúrbios decorrem da compressão de um nervo num espaço de passagem estreito.
A síndrome do túnel társico é relativamente pouco frequente e afecta sobretudo as mulheres entre 45 e 50 anos. Os principais factores de risco são o excesso de trabalho em carga, uma história de traumatismo ou fractura ou exercícios repetitivos em flexão plantar.

Sinais e sintomas/ Diagnóstico


Formigueiro, ardor, dormência ou sensação semelhante a um choque eléctrico no tornozelo e/ou na planta do pé
Dor, incluindo uma pontada de dor do tornozelo em direcção à planta do pé
Um pequeno nódulo no nervo, logo acima da passagem pelo ligamento, pode estar presente.

Muitas vezes os sintomas são agravados pelo uso excessivo do pé, como estar em pé muito tempo seguido, ou começar um novo programa de exercícios. É muito importante procurar um tratamento precoce, caso contrário o mecanismo lesivo mantêm-se, podendo resultar em danos permanentes do nervo.
Como os sintomas da síndrome do túnel társico podem ser confundidos com outras condições, uma avaliação cuidada é essencial para um diagnóstico acertado. Durante a avaliação clínica, o nervo deve ser palpado, de forma a perceber se os sintomas provêm desta estrutura.
Na presença de um nódulo suspeito uma ecografia pode ser pedida. A electromiografia pode ajudar a determinar a gravidade da lesão através do estudo da velocidade de condução nervosa.

Tratamento


Existem várias opções de tratamento conservador (não-cirurgico), que muitas vezes são utilizadas de forma combinada, por desta forma serem mais eficazes na redução dos sintomas:
Descanso: Evite caminhar ou estar muito tempo de pé. Se tiver de o fazer utilize canadianas. Andar a pé pode significar um agravamento da sua lesão.
Gelo: Aplique uma compressa de gelo na área lesada, colocando uma toalha fina entre o gelo e a pele. Use o gelo por 20 minutos e depois espere pelo menos 40 minutos antes de aplicar gelo novamente.
Medicação oral. Os anti-inflamatórios não-esteróides (AINEs), como o ibuprofeno, ajudam a reduzir a dor e a inflamação.
Imobilização. Restringindo o movimento do pé, vestindo um elenco às vezes é necessário habilitar o nervo e tecido circundante para curar.
Fisioterapia:
Mobilização/manipulação articular do tornozelo
Alongamento suave e prograssivo das estruturas afectadas
Massagem de mobilização dos tecidos moles.
Aplicação de ultra-sons da zona de dor.
Palmilhas personalizadas podem ser prescritas para ajudar a manter o arco plantar e limitar o movimento excessivo, que pode causar compressão do nervo.

Uma infiltração com cortico-esteróides dada na zona dos sintomas por um ortopedista pode aliviar temporariamente a dor
A descompressão cirúrgica por secção do retináculo flexor deve ser considerada quando o paciente não responde ao tratamento conservador, mantendo-se com dores limitativas para as actividades da vida diária.

Exercícios terapêuticos para a síndrome do túnel társico


Os seguintes exercícios são geralmente prescritos durante a reabilitação da síndrome do túnel társico. Deverão ser realizados 2 a 3 vezes por dia e apenas na condição de não causarem ou aumentarem os sintomas.

  • Flexão/extensão do pé
  • Deitado, com o calcanhar fora da cama, puxe a ponta do pé e dedos para si, depois empurre pé e dedos para baixo.
  • Repita entre 15 e 30 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.
  • Extensão resistida do pé Sentado com a perna esticada e o elástico na ponta do pé. Empurre o elástico para a frente, depois deixe o pé regressar lentamente à posição inicial.
Repita entre 8 e 12 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.

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